sexta-feira, novembro 2

Meu dia a dia sem Austrália

Bom dia, eu acordei.

Desço as escadas para tomar café. E não tenho uma chaleira elétrica para esquentar meu chá. Me recuso a por no microondas então não vou tomar chá. Como minha torrada sem Vegemite. Torrada nunca será a mesma sem Vegemite. Saio de casa e vou para escola, os pais de todas as minhas amigas dirigem elas, a não ser as que moram perto que vem andando. Eu vou andando, mas dessa vez não ouvindo música, usando o celular ou nada do tipo, sabe, não se pode confiar. Chego na escola e tem alguém na porta da escola para verificar se estou atrasada ou não. Independência e confiança... não mais.

Na hora do almoço todo mundo vai para casa comer, e eu lembro que fiquei um ano comendo sanduíche e uma maça. Já em casa eu deito a tarde para um cochilo porque eu acordei as 6 da manhã, então eu lembro que por um ano inteiro eu dormi as 22h e acordava as 8h... não é a toa eu estar cansada. Antes todas as minhas amigas saiam para trabalhar depois da escola.

Fui ao supermercado e na hora de pagar tinha uma mulher no caixa para passar minhas compras. Não era um máquina e não era eu mesma. Passei na frente de uma vitrine e resolvi entrar e levei um susto com alguém, que depois de me olhar dos pés a cabeça, me perguntou se podia ajudar, o que eu estava procurando e que sabia o que eu precisava. Eu não preciso de nada, só da paz de olhar a loja sem ser bajulada por um vendedor que quer vender. Como era, exatamente como era.

Já que tinha só 3 reais, resolvi parar para tomar um café, mas lembrei que talvez o café não saíria 3 reais. E estava tanto calor que eu nem quis. Preferi uma água e fiquei esperando sentada. Literalmente. Esqueci que ninguém me traria uma jarra de água da torneira de graça para eu beber. Tive que comprar a garrafinha. Depois tive que ir ao banheiro e não tive que escolher  o botão da descarga para apertar porque só tinha um. Economia de água zero. Lavei as mão e sequei com papel, o que torna o banheiro um lugar um pouco menos barulhento... sinceramente eu odiava secar a mão no secador.

Isso eram 18 horas quando me dei conta que todas as lojas ainda estavam abertas e lembrei que a um ano atrás eu fui praticamente posta para fora de uma loja porque estava na hora dela fechar. Hora de ir para casa, ligo para mamãe porque ir para casa sozinha a noite não rola. Independência há era. Estava com fome, e comi o que eu bem quis na quantidade que eu queria. Esqueci que antes vinha no meu prato uma janta exata, se quisesse mais não tinha, comida contada que eles mesmos serviam. A cozinha e a sala ficavam no mesmo ambiente, então a casa sempre parecia mais bagunçada. Agora quando chego tudo parece estar no seu devido lugar.
Começo a me arrumar para um festa que na Austrália já estaria acontecendo e provavelmente acabaria na hora que eu estou chegando.


MAS CALMA. Tudo ainda está no seu devido lugar. A Austrália ainda está aqui e não tenho com o que me preocupar... isso tudo só vai realmente acontecer daqui a dois meses. SEJA BEM VINDO NOVEMBRO.

Gac, para o In Australia.



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