domingo, abril 22

Assunto sério

Vou terminar de falar do Safari ainda hoje, mas antes vou fazer um momento de reflexão com o que aconteceu ontem a noite comigo.

A gente que mora no Brasil está tão acostumado com assaltos, roubos e essas coisas que muitos de nós nunca fomos roubados por que nós prestamos muita atenção, tomamos muito cuidado.

SIM, eu fui roubada. Pela primeira vez na vida, aqui na Austrália. "Um dos países mais seguros do mundo" como disse uma das intercambistas quando isso aconteceu.

O cara roubou da mão da Isabella, na minha frente, pegou e saiu correndo, em uma rua movimentada. O que nós fizemos? Nada. Não exste reação numa hora dessas. A gente sempre vai se martirizar: mas se eu tivesse gritado, corrido, feito um escândalo...

A verdade é que a gente, no nosso pensamento, é sempre protegido demais, a gente sempre sabe o que fazer, como agir. Mas quando acontece a gente não faz nada. Porque a gente trava. Talvez porque fosse a última coisa que a gente pudesse esperar que fosse acontecer, a gente se sente INÚTIL. E ótimo, porque a semana boa que eu tivesse semana passada e todo o desenvolvimento que eu estava fazendo em mim mesma foi por água abaixo. Eu estou me sentindo triste. Triste de novo. Triste de verdade.

Como se não bastasse me sentir sozinha, agora não tem mais celular para ligar, me comunicar e mandar mensagem para ninguém. E essa foi a primeira lição. A falsa sensação de segurança que um país pode passar.

A segunda lição foi o quanto a gente é dependente de um aparelho eletrônico. É muito! Eu não sei pegar um tram sem meu celular por causa do mapa, eu fico entediada porque não tem música, eu não vejo as horas porque eu estou sem relógio, e também não acordo porque o desertador não toca. Não sei os horários dos trens, fico sem o telefone de ninguém porque minha agenda estava no celular.

A parte boa que eu vou levar para mim são essas duas lições e mais duas coisas: ter passado por uma experiência de um roubo, pela sensação que a gente fica e não pelo bem que a gente perdeu. Por isso de perda. (isso me lembrou "Entre o dedo e o anel" da Cia de Arte Persona) E a segunda é que eu falei com um policial australiano pelo telefone hahahaha

Ahhh! E claro, agradeci muito por não ter acontecido nada pior comigo e com a Isabella. Foi só um objeto. Só isso que importa.

A última lição disso tudo é: TUDO SE RESOLVE, TUDO TEM SOLUÇÃO.

Gac, para o In Australia.

Um comentário:

  1. Filha, quanto orgulho tenho de você!! Presente de Deus, aqui em Niterói para roubar um celular o cara está dando tiro e matando. Então, realmente agradeça por absolutamente todas essas experiências! E por sua integridade física!!!! Te amo!!!!

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